domingo, 17 de fevereiro de 2013
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Galera! Só quero que a História fique perpetuada!
Torcedor do Fluminense, Nélson Rodrigues se rende ao nosso eterno ídolo Garrincha em uma partida magistral, realizada 10 dias após a final da Copa do Mundo de 1958.
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Amigos, estou diante de um problema, que é o seguinte: — Garrincha foi, há pouco tempo, meu personagem da semana. Poderei repeti-lo sem irritar os leitores? Eis a verdade, porém: — não se trata de escolher, de optar. Ontem, só houve em campo um nome, uma figura, um show: — Garrincha. Os outros três campeões do mundo estavam lá também. Mas Didi, Zagalo e Nílton Santos pertencem à miserável condição humana. São mortais e suscetíveis de todas as contingências da carne e da alma. Jogaram por honra da firma e por um dever contratual. Estavam exaustos e no extremo limite de suas resistências emocionais e atléticas. Garrincha, não. Garrincha está acima do bem e do mal.
O problema de forma física e técnica não existe para ele, nunca existiu. Como os três outros campeões mundiais do Botafogo, ele foi massacrado por apoteoses consecutivas. Desde Brasil x Suécia que o “seu” Mané está em vigília permanente. E, no entanto, vejam vocês: — apareceu em campo com uma disposição vital esmagadora. Ninguém mais ágil, mais plástico, mais alado. Em campo, desde o primeiro minuto, foi leve como uma sílfide.
O futebol era, nesta terra, um esporte passional, sombrio, cruel. O torcedor já entrava em campo vociferando: — “Mata! Esfola!”. Ontem, porém, no Botafogo x Fluminense*, sentiu-se uma curiosa reação: — Garrincha trazia para o futebol uma alegria começou dez dias depois da Copa da Suécia, durante os quais os campeões do mundo foram submetidos a um festival de homenagens. inédita. Quando ele apanhava a bola e dava o seu baile, a multidão ria, simplesmente isto: — ria e com uma saúde, uma felicidade sem igual. O jornalista Mário Filho observou, e com razão, que, diante de Garrincha, ninguém era mais torcedor de A ou de B. O público passava a ver e a sentir apenas a jogada mágica. Era, digamos assim, um deleite puramente estético da torcida.
Aconteceu, então, o seguinte: — foi-se assistir a um jogo e viuse Garrincha. No fim, já as duas torcidas queriam apenas que Garrincha apanhasse a bola e começasse a fazer as suas delirantes fantasias. Então, aplaudiam nas arquibancadas, cadeiras e gerais, com uma euforia de macacas-de-auditório. Por exemplo: — o meu caso. Eu estava lá, como pó-de-arroz nato e hereditário, para torcer pela vitória do Fluminense e contra a vitória do Botafogo. Súbito começo a exultar também. Diante de cada jogada de Garrincha, eu experimentava a alegria que as obras-primas despertam.
E, no entanto, vejam vocês: — chamavam este homem de retardado! Só agora começamos a fazer-lhe justiça e a perceber a sua superioridade. Comparem o homem normal, tão lerdo, quase bovino nos seus reflexos, com a instantaneidade triunfal de Garrincha. Todos nós dependemos do raciocínio. Não atravessamos a rua, ou chupamos um Chica-bon, sem todo um lento e intrincado processo mental. Ao passo que Garrincha nunca precisou pensar. Garrincha não pensa. Tudo nele se resolve pelo instinto, pelo jato puro e irresistível do instinto. E, por isso mesmo, chega sempre antes, sempre na frente, porque jamais o raciocínio do adversário terá a velocidade genial do seu instinto.
No segundo tempo, quase não lhe deram bola. E aconteceu o inevitável: — o Botafogo caiu verticalmente. O Fluminense podia ter empatado, até. Mas ficamos num joguinho platônico, um futebol inofensivo, de passes para os lados e para trás. Resta saber: — de quem é a culpa? De uma indigência de recursos táticos? Ou faltounos um Garrincha, com suas penetrações fulminantes, as suas geniais invenções? No primeiro tempo, botafoguenses e tricolores punham as mãos na cabeça: — “Isso não existe!”.
Eu falei, mais atrás, que ele foi, na sua agilidade, algo de muito leve, de muito etéreo. De fato, na etapa inicial, Garrincha deu uma bicicleta de sílfide. Terminado o jogo, saímos do estádio com a ilusão de que tínhamos visto não um jogo, não dois times, mas uma figura única e fantástica: — Garrincha, o meu personagem da semana.
Nelson Rodrigues, [Manchete Esportiva, 19/7/1958]
* Botafogo 2 x 1 Fluminense, 10/7/1958, no Maracanã. O campeonato carioca
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Amigos, estou diante de um problema, que é o seguinte: — Garrincha foi, há pouco tempo, meu personagem da semana. Poderei repeti-lo sem irritar os leitores? Eis a verdade, porém: — não se trata de escolher, de optar. Ontem, só houve em campo um nome, uma figura, um show: — Garrincha. Os outros três campeões do mundo estavam lá também. Mas Didi, Zagalo e Nílton Santos pertencem à miserável condição humana. São mortais e suscetíveis de todas as contingências da carne e da alma. Jogaram por honra da firma e por um dever contratual. Estavam exaustos e no extremo limite de suas resistências emocionais e atléticas. Garrincha, não. Garrincha está acima do bem e do mal.
O problema de forma física e técnica não existe para ele, nunca existiu. Como os três outros campeões mundiais do Botafogo, ele foi massacrado por apoteoses consecutivas. Desde Brasil x Suécia que o “seu” Mané está em vigília permanente. E, no entanto, vejam vocês: — apareceu em campo com uma disposição vital esmagadora. Ninguém mais ágil, mais plástico, mais alado. Em campo, desde o primeiro minuto, foi leve como uma sílfide.
O futebol era, nesta terra, um esporte passional, sombrio, cruel. O torcedor já entrava em campo vociferando: — “Mata! Esfola!”. Ontem, porém, no Botafogo x Fluminense*, sentiu-se uma curiosa reação: — Garrincha trazia para o futebol uma alegria começou dez dias depois da Copa da Suécia, durante os quais os campeões do mundo foram submetidos a um festival de homenagens. inédita. Quando ele apanhava a bola e dava o seu baile, a multidão ria, simplesmente isto: — ria e com uma saúde, uma felicidade sem igual. O jornalista Mário Filho observou, e com razão, que, diante de Garrincha, ninguém era mais torcedor de A ou de B. O público passava a ver e a sentir apenas a jogada mágica. Era, digamos assim, um deleite puramente estético da torcida.
Aconteceu, então, o seguinte: — foi-se assistir a um jogo e viuse Garrincha. No fim, já as duas torcidas queriam apenas que Garrincha apanhasse a bola e começasse a fazer as suas delirantes fantasias. Então, aplaudiam nas arquibancadas, cadeiras e gerais, com uma euforia de macacas-de-auditório. Por exemplo: — o meu caso. Eu estava lá, como pó-de-arroz nato e hereditário, para torcer pela vitória do Fluminense e contra a vitória do Botafogo. Súbito começo a exultar também. Diante de cada jogada de Garrincha, eu experimentava a alegria que as obras-primas despertam.
E, no entanto, vejam vocês: — chamavam este homem de retardado! Só agora começamos a fazer-lhe justiça e a perceber a sua superioridade. Comparem o homem normal, tão lerdo, quase bovino nos seus reflexos, com a instantaneidade triunfal de Garrincha. Todos nós dependemos do raciocínio. Não atravessamos a rua, ou chupamos um Chica-bon, sem todo um lento e intrincado processo mental. Ao passo que Garrincha nunca precisou pensar. Garrincha não pensa. Tudo nele se resolve pelo instinto, pelo jato puro e irresistível do instinto. E, por isso mesmo, chega sempre antes, sempre na frente, porque jamais o raciocínio do adversário terá a velocidade genial do seu instinto.
No segundo tempo, quase não lhe deram bola. E aconteceu o inevitável: — o Botafogo caiu verticalmente. O Fluminense podia ter empatado, até. Mas ficamos num joguinho platônico, um futebol inofensivo, de passes para os lados e para trás. Resta saber: — de quem é a culpa? De uma indigência de recursos táticos? Ou faltounos um Garrincha, com suas penetrações fulminantes, as suas geniais invenções? No primeiro tempo, botafoguenses e tricolores punham as mãos na cabeça: — “Isso não existe!”.
Eu falei, mais atrás, que ele foi, na sua agilidade, algo de muito leve, de muito etéreo. De fato, na etapa inicial, Garrincha deu uma bicicleta de sílfide. Terminado o jogo, saímos do estádio com a ilusão de que tínhamos visto não um jogo, não dois times, mas uma figura única e fantástica: — Garrincha, o meu personagem da semana.
Nelson Rodrigues, [Manchete Esportiva, 19/7/1958]
* Botafogo 2 x 1 Fluminense, 10/7/1958, no Maracanã. O campeonato carioca
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
Para Encerrar o Assunto!

Muito mais preocupante do que o vídeo, os termos e a polêmica, é a reação das pessoas. O vídeo mostra bastidores, algo que todo sujeito de meia noção de realidade sabe que existe, como funciona e ainda assim, quando aberto, choca.
Diria mais: O que foi pro ar foi a parte mais leve da preleção. Ali dentro deve ter tido gritos de “vamos acabar com os viadinhos!”, e do outro lado, “vamos fazer aquela cachorrada chorar de novo!”.
Porque? Porque é assim. É meramente uma palavra de incentivo para tirar o sujeito da zona de conforto, só isso. Qualquer pessoa que jogou bola na vida uma vez sequer sabe que isso existe, e não vejo nenhum motivo a não ser “viadagem” para repudiar que os torcedores possam ver isso de vez em quando.
Me incomoda a polêmica em torno de algo cotidiano. Você pode chamar um gay de “viado” durante 20 anos e nunca alguém vai sequer estranhar. Mas chama com uma camera ligada ou numa rede social pra você ver o show de hipocrisia que isso gera.
Ser natural incomoda. As pessoas preferem fingir que não sabem como funciona meramente pra fazer cara de susto e, na sequencia, fazer um belo discurso numa rede social qualquer.
Outro dia o Felipão foi condenado pela imprensa porque dizia no vestiário pra “cuspir”, enfiar a mão na cara, etc. Era Corinthians x Palmeiras, semifinal de Libertadores. Acredite: o menor pontapé sem bola faz parte daquilo. Se não fizesse, seria só mais um clássico.
“Po, Perrone! Então você é a favor da violência? “.
Claro que não, cacete. Mas o que se usa pra incentivar, deixar o sujeito pilhado não é pra levar ao pé da letra. Quando você diz numa briga que “vai matar fulano”, você não vai. Quando diz que “agora é guerra”, não é.
São termos, formas, rituais do futebol que são usados para fazer subir sangue nos olhos dos jogadores antes do jogo. Só isso.
O Oswaldo, que considero um tremendo “morto” para o cargo de líder, me surpreendeu até. Acho bom técnico, mas acho péssimo para lidar exatamente com essas situações. Seu time joga bem mas vibra pouco. E se ele está começando a pedir mais vibração, “entrar na pilha”, etc,… Ótimo!!
“Mas você não acha um absurdo o Botafogo colocar isso em seu site oficial?”
Não! Claro que não! Ele está abrindo pra torcida um momento de bastidor, uma curiosidade, algo bacana, interessante. Que puta bobagem o Fluminense se sentir ofendido com isso. Só porque a preleção do Abel não foi pro site? Então coloca ué.
Um dia será revelado ao mundo que celebridade vai ao banheiro, que sua mãe faz/fez sexo com seu pai, e então teremos uma geração internada fazendo terapia para “superar” mais esse trauma.
Volta a arder,Merthiolate! Pelo amor de Deus….
http://www.ricaperrone.com.br/2013/02/a-verdade-assusta/
sábado, 19 de janeiro de 2013
Uma Homenagem ao Verdadeiro REI do Futebol.
Jogador de futebol
Garrincha
28/10/1933, Pau Grande (RJ)
20/1/1983, Rio de Janeiro (RJ)
20/1/1983, Rio de Janeiro (RJ)
Da Página 3 - Pedagogia & Comunicação
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Atualizado em 10/09/2012, às 9h46.
Garrincha marcou seu nome na história do futebol brasileiro com o apelido de "alegria do povo". Foi o legítimo representante do futebol-arte brasileiro, com seu estilo original de jogar, com seus dribles abusados e com suas jogadas divertidas.
Manoel Francisco dos Santos, o "Mané", pertencia a uma família pobre de 15 irmãos. O apelido Garrincha veio de um tipo de pássaro, comum na região serrana, que Mané gostava de caçar com seu bodoque.
Na cidade onde nasceu, no Estado do Rio de Janeiro, havia uma fábrica de tecidos de propriedade de um grupo inglês que mantinha um time de futebol amador, o Pau Grande Esporte Clube. Aos 15 anos, Mané começou a trabalhar na fábrica, e não demorou a treinar no time, mas não teve chance de jogar logo porque, além da sua pouca idade, o técnico Carlos Pinto temia expor o garoto aos fortes zagueiros dos times adversários.
Cansado de não ter uma chance de jogar, Mané registrou-se no time Serrano, da cidade vizinha de Petrópolis e jogou durante quase um ano. Depois disso, o técnico Carlos Pinto decidiu dar uma chance ao Mané e, com sua entrada na ponta direita, o time do Pau Grande cresceu.
Depois de algum tempo, Garrincha foi tentar a sorte em algum clube da capital. Procurou o Flamengo, o Fluminense e o Vasco, mas com suas pernas tortas, não lhe deram atenção.
Garrincha ficou desiludido, até o dia que foi convidado para fazer um teste no Botafogo e encantou a equipe, para surpresa do técnico Gentil Cardoso. Fez parte do melhor time do Botafogo de todos os tempos, que contava comZagalo, Didi, Amarildo e Nilton Santos, entre outros. Sua melhor jogada era o drible para a direita, o arranque e o cruzamento para a área. Mesmo com uma diferença de 6 cm que separava seus joelhos, sempre levava vantagem sobre o marcador.
Em 1962, quando começou o romance com a cantora Elza Soares, Garrincha já tinha sete filhas com Nair, sua mulher; um casal de filhos com Iraci, sua amante e um filho sueco concebido em junho de 1959. Além destes, teve uma oitava filha com Nair, um filho com Elza e mais uma filha com Vanderléa, sua última mulher, totalizando 13 filhos.
Jogou 60 partidas pela seleção brasileira e encantou a todos em três Copas do Mundo: da Suécia (1958) e do Chile (1962), das quais o Brasil foi campeão, e da Inglaterra (1966). Com Garrincha, o Brasil obteve 52 vitórias e sete empates.
No final da carreira, jogou também no Corinthians, no Flamengo, no Olaria e em outros times brasileiros e estrangeiros. Morreu em decorrência da cirrose hepática, em 1983.
Eternamente admirado, foi homenageado com o poema "O Anjo de Pernas Tortas", de Vinicius de Moraes, o documentário "Garrincha, Alegria do Povo", de Joaquim Pedro de Andrade, a biografia "Estrela Solitária", de Ruy Castro, e os versos de Carlos Drummond de Andrade: "Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.(...)".
Entre 1963, quando o seu futebol começa a sofrer por causa de uma artrose no joelho, e 1983, quando morre em conseqüência do alcoolismo, Garrincha enfrenta uma série de episódios trágicos: tentativas de suicídio, acidentes de automóvel e dezenas de internações por alcoolismo.
Manoel Francisco dos Santos, o "Mané", pertencia a uma família pobre de 15 irmãos. O apelido Garrincha veio de um tipo de pássaro, comum na região serrana, que Mané gostava de caçar com seu bodoque.
Na cidade onde nasceu, no Estado do Rio de Janeiro, havia uma fábrica de tecidos de propriedade de um grupo inglês que mantinha um time de futebol amador, o Pau Grande Esporte Clube. Aos 15 anos, Mané começou a trabalhar na fábrica, e não demorou a treinar no time, mas não teve chance de jogar logo porque, além da sua pouca idade, o técnico Carlos Pinto temia expor o garoto aos fortes zagueiros dos times adversários.
Cansado de não ter uma chance de jogar, Mané registrou-se no time Serrano, da cidade vizinha de Petrópolis e jogou durante quase um ano. Depois disso, o técnico Carlos Pinto decidiu dar uma chance ao Mané e, com sua entrada na ponta direita, o time do Pau Grande cresceu.
Depois de algum tempo, Garrincha foi tentar a sorte em algum clube da capital. Procurou o Flamengo, o Fluminense e o Vasco, mas com suas pernas tortas, não lhe deram atenção.
Garrincha ficou desiludido, até o dia que foi convidado para fazer um teste no Botafogo e encantou a equipe, para surpresa do técnico Gentil Cardoso. Fez parte do melhor time do Botafogo de todos os tempos, que contava comZagalo, Didi, Amarildo e Nilton Santos, entre outros. Sua melhor jogada era o drible para a direita, o arranque e o cruzamento para a área. Mesmo com uma diferença de 6 cm que separava seus joelhos, sempre levava vantagem sobre o marcador.
Em 1962, quando começou o romance com a cantora Elza Soares, Garrincha já tinha sete filhas com Nair, sua mulher; um casal de filhos com Iraci, sua amante e um filho sueco concebido em junho de 1959. Além destes, teve uma oitava filha com Nair, um filho com Elza e mais uma filha com Vanderléa, sua última mulher, totalizando 13 filhos.
Jogou 60 partidas pela seleção brasileira e encantou a todos em três Copas do Mundo: da Suécia (1958) e do Chile (1962), das quais o Brasil foi campeão, e da Inglaterra (1966). Com Garrincha, o Brasil obteve 52 vitórias e sete empates.
No final da carreira, jogou também no Corinthians, no Flamengo, no Olaria e em outros times brasileiros e estrangeiros. Morreu em decorrência da cirrose hepática, em 1983.
Eternamente admirado, foi homenageado com o poema "O Anjo de Pernas Tortas", de Vinicius de Moraes, o documentário "Garrincha, Alegria do Povo", de Joaquim Pedro de Andrade, a biografia "Estrela Solitária", de Ruy Castro, e os versos de Carlos Drummond de Andrade: "Se há um deus que regula o futebol, esse deus é sobretudo irônico e farsante, e Garrincha foi um de seus delegados incumbidos de zombar de tudo e de todos, nos estádios.(...)".
Entre 1963, quando o seu futebol começa a sofrer por causa de uma artrose no joelho, e 1983, quando morre em conseqüência do alcoolismo, Garrincha enfrenta uma série de episódios trágicos: tentativas de suicídio, acidentes de automóvel e dezenas de internações por alcoolismo.
Meu comentário: Rei é pouco, este aí foi DEUS, com relação ao Futebol é óbvio.
SAN!!!!!!!!!!
domingo, 23 de dezembro de 2012
quinta-feira, 6 de dezembro de 2012
Concordo com tudo! Está na hora!
por caio.f.s.araujo |
“Em Brasília, 19h”. No último domingo foi oficialmente encerrado o 10º campeonato brasileiro de futebol de pontos corridos. 10 anos, uma década: número forte, que pode indicar tendências e comportamentos. Como botafoguense, fanático pelo meu time e por estatísticas, percebi um comportamento muito fraco do nosso time nesta década, e resolvi ir a fundo…
Em um campeonato de 20 clubes (caso que se aplica ao nosso Brasileirão) gosto de analisar o “top-5” da classificação. Muitas vezes apenas os 4 primeiros (o famoso G-4) garantem vaga na Libertadores do ano seguinte. Pode ser diferente, quando o campeão da Copa do Brasil e/ou da Libertadores estão no tal G-4, e as vagas são distribuídas até o 5º ou até o 6º colocado. Mas, de qualquer modo, talvez por pura mania, interesso-me em observar o “top-5”: 25% do campeonato, os clubes que realmente disputaram o título ou as vagas para a Libertadores.
Antes de dar qualquer informação aos senhores, mostro uma tabela, que compila o “top 5” de cada uma das edições dos pontos corridos.
Notaram alguma ausência? Sim, eu também, e isto fica ainda mais alarmante quando olhamos a tabela abaixo… 

Sim. 16 clubes diferentes conseguiram, pelo menos uma vez, um lugar ao sol nessas 10 edições e se posicionaram no “top 5”. Em um contexto de 12 grandes, somos o único clube que conseguiu aproeza de se posicionar fora desta faixa, mesmo em 10 anos de pontos corridos. E estamos falando do Brasil, país onde o campeonato nacional é um dos mais concorridos e “imprevisíveis”. Se pegarmos as 4 melhores e mais valorizadas ligas do mundo(Inglaterra, Espanha, Itália e Alemanha – todas com 20 clubes, com exceção da Alemanha que tem 18 clubes na 1ª divisão como a Itália era até 2004), todas elas tiveram, como esperado, um nicho menor de clubes figurando entre os 5 primeiros colocados nos seus últimos campeonatos. Isto piora nossa situação: no Brasil a pizza (ainda) é repartida em mais pedaços, e mesmo assim não temos conseguido beliscar um pedaço.

Vamos então “colocar uma lupa” nesses 10 campeonatos brasileiros, dando destaque ao aproveitamento (melhor do que número de pontos, já que o número de clubes participantes na série A mudou de 2003 para cá) do campeão, do 5º colocado, do melhor dos rebaixados….. e do Botafogo.
Como podemos observar, o Botafogo tem se colocado como coadjuvante no Brasileiro, se posicionando quase sempre dentro do “colchão” que separa os fora da Libertadores e os fora do rebaixamento: uma zona de (des)conforto. Se os aproveitamentos percentuais são válidos para analisar apenas dentro de um único campeonato (o nível de “disputa” muda a cada ano), observar o posicionamento do clube entre as curvas “azul” e “vermelha” pode ajudar a explicar muita coisa. E queremos mais do nosso Glorioso, correto?

Mas sempre há uma metade cheia em um copo que está metade vazio: de fato o Botafogo tem apresentado umatendência de melhora no aproveitamento (veja a curva “laranja”) nos últimos anos. De fato, os últimos 3 campeonatos nos colocaram na parte de cima da tabela, alimentando esperanças nos torcedores até as últimas rodadas. Mas isso ainda é pouco.
Com a internet e as telecomunicações cada vez mais pujantes, fica cada vez mais difícil pensar, a longo prazo, em um contexto de 12 clubes igualmente grandes, igualmente importantes, igualmente competitivos, igualmente vencedores. E, imagino, será difícil que a tal “pizza” continue a ser tão dividida como é hoje. É bom começarmos a beliscar logo…
A contratação de Seedorf foi sensacional (um ato de gigantismo do Botafogo), o posicionamento na parte “superior” é muito mais agradável do que entrar para não cair (como fazíamos no final dos anos 90 e no início dos anos 2000), mas o Botafogo precisa urgentemente dar um salto, o chamado “pulo do gato”.
Como fez o Atlético-MG neste campeonato: o Galo nos fazia companhia, e até então nunca tinha ficado no “top 5” do Brasileiro. Com uma campanha muito forte (e injeção financeira do BMG), eles ficaram em um honroso 2º lugar, e vão jogar a Libertadores para valer em 2013. E, na boa? A Libertadores tem nível técnico mais baixo do que o atual Campeonato Brasileiro: entrando, não é difícil chegar em oitavas ou quartas.
Ainda somos gigantes: vejo isso pelo incrível contato que tenho tido com botafoguenses de todas as partes domundo, vejo isso pelo nosso estrondoso e Glorioso passado… Mas precisamos muito (muito mesmo) de algo maior. E não ficaria triste se em 2013 ficássemos de fora do “top 5” mas levássemos a Copa do Brasil. Repare naquela primeira tabela que o Vasco nunca tinha ficado entre o “top 5” antes de ser campeão em cima do Coritiba em 2011.
Temos que entrar muito fortes em 2013. Na era “moderna” do Botafogo (pós-1989), nunca foi tão importante triunfar. O futuro alvinegro já começou. Que Seedorf, que cheira a títulos, “contagie” o nosso jovem e promissor elenco. E que venha um atacante e um zagueiro, ambos de classe: assim, nossa necessidade pode se tornar realidade.
Sem gol de cabeça de Tartá (de 1,71m), sem deixar Freds ou Barcos sozinhos na nossa área: a cada ano que passa o Botafogo tem menos folga para errar. O tempo vai passar, a “pizza” vai acabar. Com uma receita não tão alta assim, não podemos errar em 2013.
E que esse tão falado 2013 venha com títulos e com alegrias. Vamos torcer.
sábado, 24 de novembro de 2012
Belíssima Entrevista com o "ÍDOLO"!
Craque do Botafogo se vê como missionário de um mundo melhor
RIO — Nascido no Suriname, terra de seus avós e de seus pais, educado e revelado na Holanda, onde se radicou, com passagens duradouras pela Espanha e pela Itália, Clarence Seedorf, 36 anos, parou no Brasil, ao menos por ora. Seu pai e sua mãe trabalhavam 18 horas por dia para dar um futuro melhor aos filhos, o que poderia explicar a obstinação do craque pelo trabalho, não fosse ele um cultor mais das ideias do que dos números, que vê no esporte um terreno para refleti-las na vida.
Protocolarmente, o atual ídolo do Botafogo e um de seus líderes vê-se como cidadão do mundo, homem internacional, cuja vida é condicionada pelos seus compromissos. Mas, feita a ressalva, conclui por garantir que no sangue, é terra natal dos antepassados que pulsa mais forte.
— Todo lugar é minha casa. Fico bem onde estiver morando, e aprendi a gostar de hotéis. Mas é claro que cada um tem as suas origens, e a minha eu não esqueço, porque tenho família e tenho história. Tenho meu tambor e minha bateria, lembro das canções de meu avô, sou consciente do sofrimento de gerações. Mas a experiência multicultural de viver em vários lugares do mundo fez muito bem para a minha cabeça, que ficou mais aberta e diversificada.
Português na cabeça
Dono de sorriso franco mas de trato reservado, formal até, Seedorf chega ao restaurante do hotel Fasano, em Ipanema, num carro prateado e escolhe a sua mesa de sempre, num canto do salão. Criou apreço pelo lugar no qual passou as primeiras semanas desde que chegou à cidade, quando o apartamento no Leblon era reformado. Ao garçom, pede água. Recusa o couvert e solicita, educadamente, que o deixem concentrar-se por 45 minutos num jogo de um tempo só: a entrevista.
Mais preocupado com os conceitos do que com os detalhes, não gosta de falar muito da família (para não despertar “curiosidades que não importam”) e escolhe as palavras com calma. Empenhado em desenvolver seu português carregado de um sotaque indefinível, e já bem fluente, ele não recorre, jamais, aos outros idiomas que fala.
— Atualmente, minha cabeça só funciona em português. Nem adianta eu tentar, as palavras não vêm em outra língua, o que é ótimo.
A importância de cantar
Avesso a vícios que não sejam os de misturar frutas no liquidificador e tomar muita água, gosta de comida japonesa e italiana, come feijão com arroz e cozinha receitas do Suriname, parecidas com muita coisa que viu na Bahia. Garante que não bebe nem fuma. Mas gosta de rock, reggae, clássicos e algum samba e tem o hábito de cantar, desde que não seja num karaokê (“pois tira a espontaneidade”) ou desde que o estilo não seja o que ele define, genericamente, como batida techno e assemelhados.
— Cantar é muito importante. Limpa a alma. Tudo na vida é sempre uma escolha. Nunca usei drogas. Desde cedo, em Amsterdam, uma cidade complicada, escolhi dizer ‘não’ e as pessoas nem me ofereciam por saber disso. Não perdi meus amigos por me recusar a participar desse aspecto de suas vidas. Eu os respeitava e eles me respeitavam. Mas alguns acabaram tendo as vidas abreviadas.
Caxias assumido, Seedorf dedica a maior parte do tempo aos treinos, à forma física e a diversos assuntos do Botafogo, dentro e fora de campo. Suas baladas, para usar a expressão tão querida por alguns ídolos, limitam-se, aparentemente, a caminhar, quando as coisas estão mais tranquilas, no calçadão do eixo Ipanema-Leblon, ou a participar de reuniões de família e de amigos. Há poucos meses vivendo no país, apesar das constantes vindas nos últimos 12 anos, observa a cena local com a cautela de quem cresceu tendo consciência da luta de um povo pela liberdade.
— Meu avô era filho de escravos e o Brasil é um dos países que, infelizmente, conheceram a escravidão. Seria mentira dizer que não existe racismo aqui. São necessárias muitas gerações para se chegar a um nível diferente de convivência entre povos de várias origens e cores. Mas ainda não percebi claramente como isto ocorre na cidade, pois estou só há cinco meses vivendo no país. Ainda estou construindo minha vida e minha rotina aqui.
Seus ícones não são marcas de celular, popstars ou líderes de revoluções sangrentas, e sim nomes e sistemas mais identificados com transformações de mentalidade como Buda, Gandhi, Dalai Lama, Nelson Mandela, Osho. Admira o período de Bill Clinton à frente do governo americano e considera a eleição de Obama um fato inspirador.
— Vou acumulando frases, ideias e reflexões que recolho do pensamento e da vida de pessoas que mudaram o mundo e deixaram coisas grandes. Eles ajudaram a formar meu caráter e a despertar intuições que já estavam em mim. Tornei-me um idealista. O que não é sempre uma coisa fácil hoje em dia. Mas, apesar das dificuldades, não quero deixar de crer no bem, professar o bem e viver de maneira positiva. O foco hoje está muito no que é negativo. Por exemplo, há doze anos venho ao Rio. Para uma cidade de 6 milhões de pessoas com tantos contrastes, nunca achei a violência aqui tão grande como se diz por aí, ainda mais em comparação com vários lugares do mundo onde o perigo é generalizado.
Casado com a brasileira Luviana, que conheceu em Madri, há 14 anos, ele já tinha o país como uma dessas referências emancipatórias desde a infância, aficionado que era pela seleção a da geração de Zico, como a maioria do povo do Suriname. Muito pequeno para a Copa de 1982, o menino Seedorf chorou em 1986 com a eliminação para a França nas quartas de final, um dos fatos pertutbadores de sua infância.
— Meu pai teve que me levar para fora de casa para me acalmar. A bola na trave do Julio Cesar foi um trauma.
O choro aos 12 anos faz pensar em cena recente, estampada nas páginas dos jornais, nos sites e na televisão: o veterano de 36 anos que chorou ao deixar o campo contundido, emocionando a opinião pública ao dizer que o pranto era pelo tempo que teria que ficar afastado do time num momento de recuperação. A ovação quase unânime do choro de Seedorf é interessante se compararmos à chacota de que é motivo o Botafogo desde a comoção coletiva do plantel que perdeu para o Flamengo a final de Taça Guanabara de 2008. Qual o critério para se avaliar a qualidade ética de um chororô? Seedorf, de cara fechada como faz cada vez que seus princípios são contrariados, arrisca o diagnóstico.
— Não me toca essa história de chororô. Na verdade, não tenho nenhuma simpatia por ela. É muita falta de respeito. Choro é sinal de força. Quem chora tem coragem, e um atleta deve descarregar sua dor. O Botafogo foi um dos grandes produtores de talentos de uma geração de seleções que ganhou muitos títulos mundiais. É um patrimônio brasileiro importante e não merece ser tratado dessa maneira e nem tratar mal a si próprio. Os jornalistas botafoguenses não são nada bonzinhos com o time. Um Botafogo com autoestima baixa não é bom para o Brasil. Na minha vida, perdi mais do que ganhei. Com todo mundo é assim. Mas a vitória, mesmo, que fica, é a da constante superação e dos valores que passamos, independentemente dos números.
Construção de exemplos
Partidário da ideia de que o futebol é estruturante de comportamentos sociais e multiplicador de princípios éticos e morais, ele enxerga um viés negativo na maneira como muitas vezes é espelhado pelos responsáveis por sua gestão e também pelas mídias, que estariam, segundo ele, mais concentradas na degradação das personalidades do que na construção de exemplos. Confrontado com a possibilidade de o problema estar no futebol atual, ele usa como paradigma a postura geral frente aos esportes olímpicos.
— As Olimpíadas são sempre mostradas como um encontro que eleva as pessoas, e o mundo inteiro olha para a televisão com esse espírito. No futebol os valores mais justos que influenciam o comportamento das pessoas de dentro para fora dos estádios não são suficientemente enfatizados. Talvez por que seja um esporte tão popular. Mas deveria ser o oposto. O Adriano que conheci no exterior, por exemplo, era uma pessoa exemplar, de grande coração. Hoje sua figura se identifica com os minutos de TV que mostram seu drama. Isso não ajuda muito.
A história é agora
Visado pelos holandeses para assumir uma espécie de representação da seleção do seu país para a próxima Copa, e por uma corrente da torcida alvinegra como um possível redentor (e, talvez, futuro dirigente) dos anseios botafoguenses, ele admite que tem uma missão, mas uma missão para o mundo, ainda inespecífica em termos de planos e projetos a curto prazo.
— O futebol me dá a possibilidade de ajudar o mundo a melhorar. Quero dar minha parte. É algo que vou descobrir à medida que vou fazendo e que já está em mim desde pequeno. Neste minuto estou preocupado em fazer o Botafogo chegar em quinto no Brasileiro, seu melhor resultado em 17 anos. Mas estou torcendo pelo Corínthians no mundial. Não sou do tipo de torcer contra ninguém. Na final, pelo Milan, fui aplaudido pela torcida do Barcelona tendo jogado pelo Real Madrid. É esse espírito que levo para a vida, o da construção, não o da destruição, esteja eu no Botafogo ou em outro lugar. Quero para o Botafogo o que quero para o futebol brasileiro. Quero para mim o que quero para todos. É preciso parar de só olhar para o passado. O menino que quer jogar o jogo da vida tem que se inspirar em quem faz a história hoje, respeitando o passado, mas vivendo o presente. Ele não pode ficar com os olhos pregados só no que aconteceu há 40 anos. Uma divisão de base vitoriosa pode servir de exemplo tanto quanto um grande ídolo internacional. Todos fazem, sempre, história.
RIO — Nascido no Suriname, terra de seus avós e de seus pais, educado e revelado na Holanda, onde se radicou, com passagens duradouras pela Espanha e pela Itália, Clarence Seedorf, 36 anos, parou no Brasil, ao menos por ora. Seu pai e sua mãe trabalhavam 18 horas por dia para dar um futuro melhor aos filhos, o que poderia explicar a obstinação do craque pelo trabalho, não fosse ele um cultor mais das ideias do que dos números, que vê no esporte um terreno para refleti-las na vida.
Protocolarmente, o atual ídolo do Botafogo e um de seus líderes vê-se como cidadão do mundo, homem internacional, cuja vida é condicionada pelos seus compromissos. Mas, feita a ressalva, conclui por garantir que no sangue, é terra natal dos antepassados que pulsa mais forte.
— Todo lugar é minha casa. Fico bem onde estiver morando, e aprendi a gostar de hotéis. Mas é claro que cada um tem as suas origens, e a minha eu não esqueço, porque tenho família e tenho história. Tenho meu tambor e minha bateria, lembro das canções de meu avô, sou consciente do sofrimento de gerações. Mas a experiência multicultural de viver em vários lugares do mundo fez muito bem para a minha cabeça, que ficou mais aberta e diversificada.
Português na cabeça
Dono de sorriso franco mas de trato reservado, formal até, Seedorf chega ao restaurante do hotel Fasano, em Ipanema, num carro prateado e escolhe a sua mesa de sempre, num canto do salão. Criou apreço pelo lugar no qual passou as primeiras semanas desde que chegou à cidade, quando o apartamento no Leblon era reformado. Ao garçom, pede água. Recusa o couvert e solicita, educadamente, que o deixem concentrar-se por 45 minutos num jogo de um tempo só: a entrevista.
Mais preocupado com os conceitos do que com os detalhes, não gosta de falar muito da família (para não despertar “curiosidades que não importam”) e escolhe as palavras com calma. Empenhado em desenvolver seu português carregado de um sotaque indefinível, e já bem fluente, ele não recorre, jamais, aos outros idiomas que fala.
— Atualmente, minha cabeça só funciona em português. Nem adianta eu tentar, as palavras não vêm em outra língua, o que é ótimo.
A importância de cantar
Avesso a vícios que não sejam os de misturar frutas no liquidificador e tomar muita água, gosta de comida japonesa e italiana, come feijão com arroz e cozinha receitas do Suriname, parecidas com muita coisa que viu na Bahia. Garante que não bebe nem fuma. Mas gosta de rock, reggae, clássicos e algum samba e tem o hábito de cantar, desde que não seja num karaokê (“pois tira a espontaneidade”) ou desde que o estilo não seja o que ele define, genericamente, como batida techno e assemelhados.
— Cantar é muito importante. Limpa a alma. Tudo na vida é sempre uma escolha. Nunca usei drogas. Desde cedo, em Amsterdam, uma cidade complicada, escolhi dizer ‘não’ e as pessoas nem me ofereciam por saber disso. Não perdi meus amigos por me recusar a participar desse aspecto de suas vidas. Eu os respeitava e eles me respeitavam. Mas alguns acabaram tendo as vidas abreviadas.
Caxias assumido, Seedorf dedica a maior parte do tempo aos treinos, à forma física e a diversos assuntos do Botafogo, dentro e fora de campo. Suas baladas, para usar a expressão tão querida por alguns ídolos, limitam-se, aparentemente, a caminhar, quando as coisas estão mais tranquilas, no calçadão do eixo Ipanema-Leblon, ou a participar de reuniões de família e de amigos. Há poucos meses vivendo no país, apesar das constantes vindas nos últimos 12 anos, observa a cena local com a cautela de quem cresceu tendo consciência da luta de um povo pela liberdade.
— Meu avô era filho de escravos e o Brasil é um dos países que, infelizmente, conheceram a escravidão. Seria mentira dizer que não existe racismo aqui. São necessárias muitas gerações para se chegar a um nível diferente de convivência entre povos de várias origens e cores. Mas ainda não percebi claramente como isto ocorre na cidade, pois estou só há cinco meses vivendo no país. Ainda estou construindo minha vida e minha rotina aqui.
Seus ícones não são marcas de celular, popstars ou líderes de revoluções sangrentas, e sim nomes e sistemas mais identificados com transformações de mentalidade como Buda, Gandhi, Dalai Lama, Nelson Mandela, Osho. Admira o período de Bill Clinton à frente do governo americano e considera a eleição de Obama um fato inspirador.
— Vou acumulando frases, ideias e reflexões que recolho do pensamento e da vida de pessoas que mudaram o mundo e deixaram coisas grandes. Eles ajudaram a formar meu caráter e a despertar intuições que já estavam em mim. Tornei-me um idealista. O que não é sempre uma coisa fácil hoje em dia. Mas, apesar das dificuldades, não quero deixar de crer no bem, professar o bem e viver de maneira positiva. O foco hoje está muito no que é negativo. Por exemplo, há doze anos venho ao Rio. Para uma cidade de 6 milhões de pessoas com tantos contrastes, nunca achei a violência aqui tão grande como se diz por aí, ainda mais em comparação com vários lugares do mundo onde o perigo é generalizado.
Casado com a brasileira Luviana, que conheceu em Madri, há 14 anos, ele já tinha o país como uma dessas referências emancipatórias desde a infância, aficionado que era pela seleção a da geração de Zico, como a maioria do povo do Suriname. Muito pequeno para a Copa de 1982, o menino Seedorf chorou em 1986 com a eliminação para a França nas quartas de final, um dos fatos pertutbadores de sua infância.
— Meu pai teve que me levar para fora de casa para me acalmar. A bola na trave do Julio Cesar foi um trauma.
O choro aos 12 anos faz pensar em cena recente, estampada nas páginas dos jornais, nos sites e na televisão: o veterano de 36 anos que chorou ao deixar o campo contundido, emocionando a opinião pública ao dizer que o pranto era pelo tempo que teria que ficar afastado do time num momento de recuperação. A ovação quase unânime do choro de Seedorf é interessante se compararmos à chacota de que é motivo o Botafogo desde a comoção coletiva do plantel que perdeu para o Flamengo a final de Taça Guanabara de 2008. Qual o critério para se avaliar a qualidade ética de um chororô? Seedorf, de cara fechada como faz cada vez que seus princípios são contrariados, arrisca o diagnóstico.
— Não me toca essa história de chororô. Na verdade, não tenho nenhuma simpatia por ela. É muita falta de respeito. Choro é sinal de força. Quem chora tem coragem, e um atleta deve descarregar sua dor. O Botafogo foi um dos grandes produtores de talentos de uma geração de seleções que ganhou muitos títulos mundiais. É um patrimônio brasileiro importante e não merece ser tratado dessa maneira e nem tratar mal a si próprio. Os jornalistas botafoguenses não são nada bonzinhos com o time. Um Botafogo com autoestima baixa não é bom para o Brasil. Na minha vida, perdi mais do que ganhei. Com todo mundo é assim. Mas a vitória, mesmo, que fica, é a da constante superação e dos valores que passamos, independentemente dos números.
Construção de exemplos
Partidário da ideia de que o futebol é estruturante de comportamentos sociais e multiplicador de princípios éticos e morais, ele enxerga um viés negativo na maneira como muitas vezes é espelhado pelos responsáveis por sua gestão e também pelas mídias, que estariam, segundo ele, mais concentradas na degradação das personalidades do que na construção de exemplos. Confrontado com a possibilidade de o problema estar no futebol atual, ele usa como paradigma a postura geral frente aos esportes olímpicos.
— As Olimpíadas são sempre mostradas como um encontro que eleva as pessoas, e o mundo inteiro olha para a televisão com esse espírito. No futebol os valores mais justos que influenciam o comportamento das pessoas de dentro para fora dos estádios não são suficientemente enfatizados. Talvez por que seja um esporte tão popular. Mas deveria ser o oposto. O Adriano que conheci no exterior, por exemplo, era uma pessoa exemplar, de grande coração. Hoje sua figura se identifica com os minutos de TV que mostram seu drama. Isso não ajuda muito.
A história é agora
Visado pelos holandeses para assumir uma espécie de representação da seleção do seu país para a próxima Copa, e por uma corrente da torcida alvinegra como um possível redentor (e, talvez, futuro dirigente) dos anseios botafoguenses, ele admite que tem uma missão, mas uma missão para o mundo, ainda inespecífica em termos de planos e projetos a curto prazo.
— O futebol me dá a possibilidade de ajudar o mundo a melhorar. Quero dar minha parte. É algo que vou descobrir à medida que vou fazendo e que já está em mim desde pequeno. Neste minuto estou preocupado em fazer o Botafogo chegar em quinto no Brasileiro, seu melhor resultado em 17 anos. Mas estou torcendo pelo Corínthians no mundial. Não sou do tipo de torcer contra ninguém. Na final, pelo Milan, fui aplaudido pela torcida do Barcelona tendo jogado pelo Real Madrid. É esse espírito que levo para a vida, o da construção, não o da destruição, esteja eu no Botafogo ou em outro lugar. Quero para o Botafogo o que quero para o futebol brasileiro. Quero para mim o que quero para todos. É preciso parar de só olhar para o passado. O menino que quer jogar o jogo da vida tem que se inspirar em quem faz a história hoje, respeitando o passado, mas vivendo o presente. Ele não pode ficar com os olhos pregados só no que aconteceu há 40 anos. Uma divisão de base vitoriosa pode servir de exemplo tanto quanto um grande ídolo internacional. Todos fazem, sempre, história.
Minha opinião:
- Os Botafoguenses de todos os níveis(Torcedores, funcionários, dirigentes e etc....) devem aproveitar ao máximo a passagem deste ícone por aqui, o ganho será imenso, e a perda maior ainda caso não usufruírmos desta possibilidade.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Estou na Estrada!
Meus amigos!
Estou literalmente na Estrada, e portanto, meio que impossibilitado de atualizar o FogoBlog.
Em pouco tempo espero estar de volta.
Agradeço sempre pelas visitas, e espero que esta ausência, não nos afastem.
SAN sempre!!!!!!!!!!!!!!!!
Estou literalmente na Estrada, e portanto, meio que impossibilitado de atualizar o FogoBlog.
Em pouco tempo espero estar de volta.
Agradeço sempre pelas visitas, e espero que esta ausência, não nos afastem.
SAN sempre!!!!!!!!!!!!!!!!
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
Ponte Preta x Botafogo: ingressos à venda para confronto de domingo
Valores para arquibancada custam R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia). Torcida do Botafogo terá direito a 4,5 mil lugares. Jogo é às 18h30, no Majestoso
Por GLOBOESPORTE.COMCampinas, SP
3 comentários

número (Foto: Ewerton Remi / Globoesporte.com)
Os ingressos para o duelo entre Ponte Preta e Botafogo já estão à venda. Mesmo sem promoção, a diretoria da Macaca espera um bom público. O bom momento do time campineiro no Campeonato Brasileiro e a presença do holandês Seedorf são os motivos que levam o clube a acreditar em casa cheia. O duelo está marcado para domingo, às 18h30, no Estádio Moisés Lucarelli, e vale pela 25ª rodada.
Os valores dos ingressos para a arquibancada são de R$ 40 inteira e R$ 20 meia-entrada. Para os pontepretanos, também serão vendidas entradas para as numeradas cobertas, R$ 80 inteira e R$ 40 meia-entrada, e para as cadeiras sociais, R$ 100 inteira e R$ 50 meia-entrada. A torcida terá direito a 4,5 mil lugares.
Os pontepretanos podem adquirir os ingressos na bilheteria principal do Estádio Moisés Lucarelli, na Loja Oficial da Macaca no Shopping Parque Prado, pela internet no site doIngresso Fácil e nos postos de venda do Ingresso Fácil na grande São Paulo: Ginásio do Ibirapuera, Estádio do Pacaembu, Estádio Bruno José Daniel (Santo André), Ginásio José Corrêa (Barueri) e Estádio Anacleto Campanella (São Caetano).
Os torcedores do Botafogo poderão efetuar a compra na bilheteria do visitante do Estádio Moisés Lucarelli, no site do Ingresso Fácil e também nos postos de venda do Ingresso Fácil.
No dia do jogo, a venda será feita apenas no estádio e até o final do primeiro tempo. Os ingressos de meia entrada serão exclusividade de estudantes e maiores de 60 anos. Os beneficiários devem estar com o documento comprobatório (carteirinha de estudante com validade em 2012 e RG), que deverá ser apresentado tanto no momento da compra quanto na entrada do estádio.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Lucas na Seleção!
Lucas na Seleção!
Até ele se assustou!
Mas como jogadores que vestem o real manto, se superam, falar o quê?
O bom e velho Jeff de sempre também estará lá, só falta o "MANO" exaltar o jabá e colocar o Cássio como titular.
Bem galera amiga, tinha que registrar esta convocação, porque de acordo com o que conheço é a nº 134 só do BFR,, e isso causa impacto, já que nenhum outro nem aos 100 chegou.
Se o Lucas merece isto, fica para outra discussão!
Até tenho mais o que dizer, mas o horário me impede, me perdoem!
SAN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Só para marcar a data da AULA!
Um "menino" de 36 anos!
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 1 x 3 BOTAFOGO
CRUZEIRO - Fábio; Léo, Rafael Donato, Mateus e Everton; Leandro Guerreiro, Sandro Silva (Élber), Tinga e Souza (William Magrão); Wallyson (Wellington Paulista) e Borges. Técnico: Celso Roth.
BOTAFOGO - Renan; Lucas, Dória Fábio Ferreira e Márcio Azevedo (Gilberto); Gabriel, Jadson, Seedorf, Fellype Gabriel (William e Brinner) e Andrezinho; Elkeson. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
GOLS - Tinga, aos 18, e Seedorf, aos 34 e aos 36 minutos do primeiro tempo; Jadson, aos 10 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Everton (Cruzeiro); Gabriel, Márcio Azevedo e Fábio Ferreira (Botafogo).
ÁRBITRO - Luiz Flávio de Oliveira (SP).
RENDA - R$ 335.880,00.
PÚBLICO - 13.957 pagantes.
LOCAL - Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG).
sexta-feira, 10 de agosto de 2012
Seedorf nas onze?
Só Bebendo mesmo!
Como mencionei no tópico sobre a contratação do Seedorf, "Somente ele não bastaria". Mas chegou o Lodeiro também! E continua não bastando. Falta um Volante marcador(Veremos o Amaral, espero queimar a língua, mas não levo fé). Falta um Zagueiro(a cacatua já deu). E com relação a atacantes, vejam abaixo:
Borges => Cruzeiro
Liedson => Lixo(este eu não queria).
André => Santos
Rafael Moura => Internacional
Citando apenas alguns de mais renome.
É! O mercado está agressivo apensa para o Botafogo pelo visto.
Só bebendo......
SAN!!!!!!!!!!!!!!!!
terça-feira, 31 de julho de 2012
domingo, 15 de julho de 2012
terça-feira, 3 de julho de 2012
Seedorf! Parabéns Diretoria!
E assim vai ser! Campanha Política!
Mas desde que nos faça bem tudo bem! Só quero que a montagem do elenco continue, que venham atacantes, laterais, volantes marcadores e zagueiros, ou acham que o Holandês resolveu todos os problemas?
Aparecer em época de eleição é bom Sr. Presidente. O difícíl é dar continuidade!
Isso eu quero ver!
E para que não me chamem de pessimista, quero que ele roube 320 taças das mãos do nosso capitão!
POLITIQUEIRO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
SAN!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quinta-feira, 21 de junho de 2012
sexta-feira, 1 de junho de 2012
Usando Paralelos........
Galera,
Não gosto de máscara, vou falar do que tentaram fazer com o Legião Urbana.
Mas podem transferir para o que está rolando no nosso BFR.
Falsidade rola solta.
A Máscara......................
Não gosto de máscara, vou falar do que tentaram fazer com o Legião Urbana.
Mas podem transferir para o que está rolando no nosso BFR.
Falsidade rola solta.
A Máscara......................
Sobre as criticas ao Tributo criado pelo Wagner Moura e os
músicos do Legião Urbana nos últimos 29 e 30 de Maio.
Wagner Moura é ator, nunca foi cantor, e como fã do Legião
sempre exaltou a sua banda preferida. Não quis ser o Renato Russo, pois ele
mesmo sabe ser isso impossível. Aceitou o desafio de botar a cara a tapa e
representar seu ídolo musical, sabendo de antemão, que nem chegaria perto. Mas
era um sonho e isso o cara teve coragem de realizar.
Agora vejo um monte de críticos da crítica, criticar o que
não deveria ser criticado.
Todos sabem, pelo menos os verdadeiros fãs, que o LU nunca
foi um primor musical, que o Marcelo Bonfá nunca foi um exímio baterista, que o
Renato Rocha era uma descoberta, mas que nunca se assumiu, que o Dado era(e é)
um senhor Guitarrista, mas que ainda não conhecia seu talento na época do
grande sucesso da banda.
A verdade é que todos os chutes na bunda que foram dados
pelo LU(Inclusive na DONA GLOBO), se deram pelo talento das letras e da voz do
Renato, isso é fato.
Acompanhei a comparação entre LU e uma outra que até
gosto(não quero citar o nome), foi simplesmente absurda, uma Banda totalmente
voltada para vender, e outra querendo conscientizar. Foi complicada esta época.
Bom, voltando a questão Wagner Moura, ele mesmo disse que
esta Banda mudou sua vida, ele pode e fez o que quis, no que na minha humilde
opinião aprovo, pois se um dia me dessem a oportunidade de cantar com Dado e
Marcelo tocando, desafinaria com prazer, e por que não falar que cantaria “Será”
com o Billy chapado(ou careta) no Baixo.
Wagner, você realizou o que muitos fãs gostariam de
realizar. Não se incomode com os que (por recalque) querem criticar. Voce fez o
que todos nós, verdadeiros fãs do LU queríamos fazer.
Ouça o público e não a mídia!
Com uma INVEJA MUITO DA BOA, te agradeço.
Nos vemos por aí,
pode ter certeza!
Álan Leite,